Hoje redescobri o porque eu quis estudar Direito, algo que por um tempo havia esquecido, uma sede de justiça. Justiça, algo que não aprendemos na faculdade, mas algo que está dentro de nós. Justiça algo tão significante, capaz de mudar a vida de pessoas ou aumentar a possibilidade de vida delas, como fez o grande jurista Heráclito Fontoura Sobral Pinto ao ajudar a resgatar a filha de Prestes das mãos dos alemães. Mas quem foi este grande homem? Uma personalidade que descobri assistindo ao documentário que conta um pouco da trajetória de Sobral. E a partir de hoje buscarei me espelhar nele para traçar a minha trajetória. https://www.youtube.com/watch?v=fIg_NmAeFJY
“Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”. Quando o jurista Sobral Pinto (1893-1991) pronunciou essa frase num dos palanques do comício das Diretas Já, em 1984, o povo o ovacionou como se aclama um rei. O povo sabia a quem estava aplaudindo. Católico fervoroso, Sobral Pinto aceitou advogar em defesa do líder comunista Luís Carlos Prestes, em 1935, porque acreditava na democracia, mesmo que tudo indicasse que os tempos eram sombrios, de supressão dos direitos políticos. Foi assim durante as ditaduras Vargas e a de 64. Sobral era um homem de grande estatura ética e moral. Recusou causas milionárias e até mesmo uma vaga no STF, oferecida pelo presidente Juscelino Kubitschek.
A história deste homem virou documentário — “Sobral, o homem que não tinha preço”, de Paula Fiuza e produzido por Augusto Casé, que terá sessão popular no Pavilhão do Festival do Rio às 13h30m de amanhã, dia 4 de outubro. Ao final da sessão, que dura cerca de uma hora, haverá debate mediado pelo jornalista Chico Otávio, do GLOBO. Estarão presentes na mesa a diretora Paula Fiuza, o produtor Augusto Casé, a psicanalista e filha de Sobral Gilda Sobral Pinto, o presidente da OAB/RJ Wadih Damous, o presidente da Caarj (Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro) Felipe Santa Cruz, o presidente da RioFilme Sérgio Sá Leitão, a advogada e membro da Comissão da Verdade Rosa Cardoso e o advogado Modesto da Silveira.
Em 1999, o advogado Fernando Fernandes tem acesso a arquivos secretos de áudio do Superior Tribunal Militar que registram impressionantes defesas de presos políticos na ditadura pós-64. A voz que mais se ouve nas gravações é a do jurista Sobral Pinto. A partir da descoberta destes arquivos históricos, o filme retrata a trajetória singular de Sobral, advogado de coragem ímpar e ética inabalável, que colocou a justiça acima de qualquer ideologia e enfrentou todos os ditadores brasileiros do século XX, tornando-se um dos maiores defensores dos direitos humanos de que já se teve notícia.”
Ficha Técnica
Direção: Paula Fiuza
Produção: Augusto Casé
Fotografia: Jacques Cheuiche
Montagem: Quito Ribeiro
Música: Marcos Kuzka Cunha
Pesquisa: Antonio Venancio, Maria Byington e Cristina Vignoli
FONTE: O GLOBO